Os vários nomes da cannabis (sativa, indica)
Cânhamo– Portugal
Bhang e Ganja – India
Kabak – Turquia
Takrouri – Tunisia
Hemp – Inglaterra , Canadá, Austrália, E.U.A.
Kif – Marrocos, Algéria
Hashish el keif – Libano, Síria, Afeganistão
Dagga – Sudeste de África
Djamba – África equatorial
Maconha – Brasil
Suruma – Moçambique
Marijuana – México e depois de 1937 nos E.U.A. (motivos descriminativos, politicos e económicos)
Cannabis na História:
Existem vestigios da cannabis na relação com o homem, desde há mais de 12 000 anos, na Europa com 6000, na China com 5000, no Egipto com 4000, no Volga com 3 000 anos, na Turquia com 2800.
- No tempo do Rei artur (anglo-saxónicos) cultivavam-na para efeitos de texteis e fibras, também as camas dos animais eram feitas com esta planta.
- Na Irlanda e Itália também era usada na tecelagem de(roupas).
- Em França, no sul, foi encontrada uma ponte datada de 600 A.C., em que as fibras eram desta planta.
-Napoleão para se sobrepôr ao mais forte oponente (Inglaterra), cortou os abastecimentos da cannabis ao inimigo
- Reis como a Rainha Elizabete I, Rainha Vitória e Presidentes como Thomas Jefferson e George Washington consumiam-na para combater as enxaquecas, o reumatismo, a asma, os delirios, a tosse, a fadiga e as depressões associadas por exemplo à menstruação
- Os colonos e os descobridores marítimos usavam esta planta em quase toda a palamenta do navio e das vestes dos marinheiros (cordame, velame, roupas, lençois, calçado)
- Os xamãs e sábios usavam esta planta para entrar em contacto com os Deuses, para terem as visões que guiavam os seus povos.
- Na India, era plantada nos jardins, dos homens sagrados.
-Antes de 1820, praticamente todas as industrias de texteis usavam cânhamo como matéria prima principal, por ser mais quente do que o algodão e 3 vezes mais resistente, logo mais duravel.
- A primeira vez que se fumou cannabis foi na colónia de Cuba, visto que os indigenas tudo fumavam, mas quem a introduziu nesse país foram os colonos espanhóis.
- De meados do Século XIX até ao principio do século XX, proliferavam casas luxuosas de fumo, que eram frequententadas, além das minorias étcnicas, por figuras artisticas, intelectuais, tanto na Europa como nos EUA.
-No principio do séc. XX na Europa e nos E.U.A. a cannabis era a cultura agrícola de maior destaque, ao lado do algodão, e todos os governos promoviam e incentivavam à sua produção, e mesmo no caso de Inglaterra todos os agricultores que se recusassem a produzir cãnhamo tinham grandes sanções e percas de direitos.
- A primeira nota de Benjamim Franklin era feita de papel de cânhamo e a declaração de indepêndencia americana também.
- Em 1930 / 1937, com o fim da lei seca nos E.U.A., começou a guerra anti-drogas em que mais à frente irei realçar com mais destaque este conjunto de acções que foram os grandes impulsionadores dos tabus hoje à cannabis relacionados.
- Em 1938, a revista “Popular Mechanics” considerou esta planta como a “billion dollar crop” em português a colheitas dos bilhões de dólares, e demonstrou que o cânhamo conseguia produzir mais de 30.000 artigos de texteis e derivados do plástico e oleo como por exemplo celofane e dinamite. Nessa década inventaram a máquina descascadora de fibras o que possibilitou uma super fonte de celulose desta planta.
- Em Portugal foram editados pelo menos 2 livros (Pró Canhâmo de 1942 e Plantas Medicinais e Aromáticas de 1949), patrocinados pelo Estado Português sobre esta cultura, visto que esta cultura dominava, nas Lezírias Ribatejanas, nas Margens do Rio Tejo, e a cordoaria nacional em Belém tinha as unicas máquinas em Portugal que transformavam as colheitas desta planta em fibras. A cordoaria nacional foi desmantelada no fim do Século passado para a implementação de um centro de exposições e de congressos, em vez de se reutilizar o espaço para museu e as máquinas foram para a sucata.
- Na segunda guerra mundial, o cânhamo teve a sua máxima importância, e já depois das acções proibitivas, este voltou a ser estimulado para que o agricultor voltasse a produzir, visto que com o cânhamo se fornecia as tendas, as fardas, os sapatos, as cordas dos sapatos, o cordame dos navios (milhares de metros por embarcação), os lençois e toda a demais parafernália de logistica militar a esta planta relacionada.
-Em 2005, um estudo comprova que a cannabis estimula os neurónios e não os mata como era afirmado até então e ainda hoje se insiste em o fazer.
O flagelo dos opiáceos, e a entrada das bebidas “soft” (refrigerantes) no mercado antes da regulação das drogas
No Séc. XIX e principio do XX, o mundo estava pejado de viciado em opiáceos, em que só nos EUA, 2 milhões de pessoas dependiam de vários medicamentos que tinham no seu conteudo derivados do ópio. Estes medicamentos eram usados para diversos fins entre os quais destaco um que existia para as dores de dentes das crianças pequenas e outros para crianças irrequietas, e por esse motivo havia uma grande mortalidade da qual não existem dados estatísticos, e mais de 100 milhões de pessoas consumiam estes produtos. Até os idosos tomavam este género de produtos, e os próprios rótulos incentivavam as pessoas (ironicamente tal como os medicamentos de hoje em dia), garantiam que não haviam problemas adjacentes e que não faziam mal aos pacientes. Nessa altura, as bebidas começaram a proliferar (as colas, as sodas, os sumos, etc), e foi visto pelos produtores que com o seu mercado em expansão tinham de encontrar outras soluções para os componentes dos seus produtos, (veja-se o exemplo da coca-cola que tinha cocaina e cafeina), assim para conseguir baixar os preços de produção, criaram-se aproveitamentos dos residuos dos medicamentos para as suas bebidas. No caso de produtos medicos com derivados da cannabis este tipo de situações de adição e mesmo mortes nunca existiu ou teve qualquer situação de descontrolo ou mesmo de escândalos socio-económicos. E tal como os opiaceos estavam disponiveis nas farmácias tambem os cannabinoides estavam.
Os lobbyes industriais:
Contra: Herbicidas (fitofármacos), transgénicos, alcool, tabaco, medicamentos, texteis, petro-químicos (plásticos, óleos, etanol), alimentar, construção civil
Favor: Melhoradora de solos, inibidora de germinação (infestantes), substituto salutar do alcóol, do tabaco, de medicamentos, excelente fibra para texteis, plásticos, óleos alimentares e de maquinaria, alimentação humana e animal, componente para construção civil, cósmetica e higiene, resistente à salinidade, é 3x mais resistente e quente do que o algodão, biodegradavele não liberta gazes tóxicos e/ou de estufa para a atmosfera.
Razões que levaram a industria a substituir esta planta:
- A primeira máquina de descascar inventada (finais do século XVIII), foi concebida para o algodão, que era a principal concorrência do cânhamo, promovendo assim o seu declínio, devido à alta rentabilidade da máquina e de poupança de mão de obra no algodão.
- A comunidade médica contestava, porque a produção de cannabis não conseguia fornecer os mesmos parâmetros da substância constantemente, pois a produção desta planta e das suas caracteristicas varia devido a todos os factores edafo-climáticos e ainda porque não tinham conhecimento técnico e cientifico suficiente para que a sua produção fornecesse sempre as mesmas caracteristicas organolépticas, essa situação fazia com que os resultados variassem sistematicamente. Ainda não havia textos de cultivo regulamentados, ou seja uma colheita podia ser mais potente ou mais fraca do que a anterior. Outra situação é que os efeitos de THC variam de pessoa para pessoa, conforme o seu estado de espírito o que vai dificultar um planeamento / diagnóstico de que tratamentos efectuar. Nessa altura ainda não havia condições de separar e testar o THC. Outra característica da sua perca de popularidade na classe médica foi pelo facto que o THC em forma de óleo não se consegue administrar com facilidade, como injecção, da mesma forma que a morfina, visto que o acto da injecção era a preferida pelos médicos, e só depois de se verificar os graves problemas de adição (vicio), psico-fisicos relacionados com os opiaceos a classe médica voltou a considerar a cannabis como componente medicinal.
- Só em 1917 se inventou uma máquina de descascar cânhamo, e este rapidamente voltou a ganhar popularidade e importância competindo com o algodão. Nessa altura já grandes áreas agricolas e de transformação de algodão estavam implementadas, fazendo com que a industria do algodão começasse a querer impedir o desenvolvimento e proliferação do cânhamo
Como começou o tabu!
Nos anos 30, nos Estados Unidos da América, um pequeno grupo de homens poderosos, racistas, conspiradores e frustrados, com medo de perder as suas posições, em conjunto com alguns politicos congressistas e ainda um redactor abastado, proprietário de florestas para celulose, deram inicio a este tabu que ainda hoje prevalece.
É de não esquecer que a discriminação e o racismo estavam presentes no dia a dia de Norte a Sul e de Leste a Oeste,emtoda a sociedade, principalmente nos países cristãos.
E foi assim, com o medo que estimularam os cidadãos, medo de perder o controlo sobre as outras raças, como a negra ou indigena, etc. ; medo de perder controlo sobre as classes sociais mais desfavorecidas, os iliterados, os mais pobres, medo do que renegavam. Foi fácil assim tornar a cannabis proibida. Nenhum individuo com influência política a fumava.
Quem mais fumava eram as minorias étnicas, ou seja outras raças como os mexicanos, os negros, também os pequenos empresários as consumiam, e outros de classe média, e eram estes o principal objectivo, ou seja as principais vitimas da acção proibitiva e anti droga a que se estava a dar inicio. Decorriam no momento nos EUA, grandes movimentações de corrupção, paranóia social, racial e uma grande imprensa sensacionalista,o chamado “jornalismo amarelo”.
Quando em 1938, apareceu a primeira lei contra a cannabis, não havia muitos homens brancos que lutassem pela sua defesa pelo facto de que o racismo e discriminação eram vigentes na sociedade branca que, por sua vez era quem votava, quem geria e manipulava o congresso e a população.
A cannabis estava para os povos latino-americanos, hindus e negros assim como o alcool estava para a raça branca.Receava-se que a classe média branca aderisse ao consumo desta planta, a esta substância, esta foi assim catalogada ao mesmo nivel que as drogas pesadas, situação que ainda hoje prevalece.
O filme “Reefer Madness”, financiado pelo então governo norte americano, em 1936, com a ajuda de William Rudolf Hearst, empresário jornalista racista, conseguiram mistificar e justificar à classe médica, agrícola e política que a cannabis, até então a maior produção agrícola de sempre e de extremo valor, que era uma planta assassina, e com astúcia e argúcia começaram primeiro por lhe alterar o nome de HEMP para MARIJUANA, denunciando através dos seus jornais, com o chamado “jornalismo amarelo” no qual negros e hispânicos mexicanos eram referidos como bestas, que fumavam a marijuana, mentindo descaradamente nas suas noticias que estas raças matavam e violavam, que tocavam músicas diabólicas (jazz e blues), desrespeitavam os brancos como exemplo olhar para uma mulher branca mais que uma vez, riam enquanto olhavam para os brancos, e mesmo pisavam o passeio por onde os brancos andavam. Foi assim que Hearst orquestrou uma mega campanha baseada em denegrir as outras raças e em simultâneo a cannabis, com grandes mentiras e reportagens inadequadas para vender os seus jornais e em simultâeo garantir a venda das suas florestas para celulose para fins de papel de jornal. Toda a gente sabia o que era a HEMP mas muito poucos sabiam o que MARIJUANA queria dizer (ambos querem dizer o mesmo – CÂNHAMO), quando esta foi proibida em 1937. Ainda hoje a desinformação ou contra informação faz com com que muitos leigos não percebam a diferença entre cãnhamo e cannabis
Foi assim que apareceram os primeiros lobies e apoios vindos dos concorrentes directos à planta da cannabis:
- Du pont e a sua industria dos químicos;
- A força policial de luta contra o alcool durante a lei seca que estava para ser desmobilizada, e via aqui a oportunidade de ser redireccionada
- Os produtores de algodão;
- As empresas petroliferas; visto que o óleo do cãnhamo é um bom bio-diesel
- Os proprietários de florestas para celulose.
A restrição à produção desta planta começou por ser subtil, visto que era a planta que mais se produzia em todo o mundo, e que para se produzir seria necessário um selo especial facultado pelo estado, mas este nunca concedeu selos a ninguém e assim começou a guerra anti-drogas com a primeira condenação a efectivar-se em que a posse de somente 2 charros equivalia a 4 anos de cadeia. Somente durante a 2º guerra mundial houve atenuações e depois de 1948 voltou-se a proibir a produção e consumo desta.
O próprio congresso norte americano chegou a admitir que o consumo da cannabis não tinha qualquer efeito violento e que antes pelo contrário promovia ao pacifismo*, e no entanto após muitos estudos feitos nos anos posteriores as leis anti cannabis continuam praticamente inalteradas ao fim de 70 anos.
*algo que mais tarde também foi tido como ponto contra, pois o interesse dos EUA eram de que a sua população combatesse no Vietname e não que ficasse em casa a sublevar-se contra a guerra e a sublimar a paz.
Um famoso estudo norte americano, no qual muitos investigadores e promotores se baseiam afirmava que o consumo de cannabis mata neurónios, e na sua recente denúncia de como este teste foi efectuado, apresenta a razão do porquê:
Pois este resumia-se ao facto dos investigadores colocarem balões de gáz equivalente a pelo menos 10 charros, com o fumo da cannabis, por 5 minutos, aos macacos cobaias, várias vezes ao dia, impedindo-os de terem acesso a oxigénio durante esse periodo de exposição e durante 3 meses consecutivos, o que fez com as lesões a estes cobaias fossem causadas pela incoerência dos investigadores em privar os macacos de respirarem ar puro durante os testes. Portanto qualquer resultado destes testes devem ser completamente anulados devido à má conduta dos cientistas envolvidos. Pois o cérebro não pode estar mais que 4 minutos sem oxigénio o que provoca graves lesões ao mesmo, principalmente se esta situação ocorrer frequentemente.
Também Richard Nixon teve acesso a um estudo, o “Shafer Document”, provavelmente o mais elaborado de sempre, em que se referia que a cannabis não tinha efeitos negativos na saúde humana e pública, e este Presidente, ocultou ao congresso esta informação. E tal como ele, outros presidentes lhe seguiram as pegadas, talvez em parte com medo dos lobies e do que eventualmente viessem a despoletar na sociedade em geral, ou simplesmente pelos motivos do seu credo. (Ronald Reagan e os Bushs pai e filho). Porque não podiam voltar atrás e afirmar à nação que tudo aquilo que lhes tinha sido dito até então sobre esta planta não passava de uma mentira, isso iria desacreditar aqueles que os haviam precedido no cargo.
No entanto, Al Gore admitiu numa entrevista que tinha provado cannabis e Bill Clinton também.
E como já vem sendo hábito desde o tempo do famoso Plano Marshall, tudo o que os EUA dizem ou fazem , o mesmo se deve aplicar nos outros Países!
Cannabis em Portugal
Nos anos 80 em Portugal houve uma grande perseguição à cannabis, ao cânhamo, o que levou muita gente, a procurar a “moca” noutro tipo de estufacientes tal como a heroina e a cocaina, e que apesar destas serem muito mais caras, não eram tão faceis de serem encontradas nas rusgas feitas pelas autoridades policiais, pois o seu cheiro é menos activo, e em simultâneo 1 kg de qualquer uma destas drogas é substancialmente de menor dimensão do que a do cânhamo.
Muitos dos consumidores, eram e são de todas as classes, incluindo filhos de gente influente tanto na sociedade local como nacional (desde politicos, policias, advogados e juristas entre muitos outros), e foi fácil tal como nos Estados Unidos da américa fazer da cannabis o bode expiatório para os seus problemas de fraqueza de carácter, justificando a sua degradação e os seus problemas psico-sociais. A sociedade tinha nesta altura muito pouca oferta aos jovens e só quem tinha realmente muito dinheiro é que tinha acesso ás drogas caras como as já citadas heroina (50€/g) e cocaina (65€/g) enquanto que a cannabis custava 2 a 2,5€/g. Só por este aspecto financeiro também se pode ver que para um dealer sem escrúpulos era de muito maior interesse vender as drogas caras, visto que com um quilo já transformado e alterado com misturas para aumentar a quantidade facturava muito mais de 500% e a pena era relativamente a mesma, e caso o dealer ou consumidor de drogas pesadas (heroina e cocaina) confessasse que tudo tinha sido por causa da cannabis, tinha uma atenuante, para mais a pena era semelhante à mesma de ser apanhado com cannabis, portanto pra um dealer, era mais proveitoso negociar as drogas pesadas. Posso dar um exemplo ocorrido quando estava no corpo de tropas páraquedistas, em que o haxixe era alvo de buscas e rusgas incessantes tanto no meio civil como no meio militar, e uma dada altura, houve uma grande seca de haxe, e muitos consumidores da cannabis começaram a consumir heroina porque esta dava uma moca mais duradoura, além de que os fornecimentos habituais de haxe estavam reduzidos a zero, obrigando a quem quisesse apanhar uma pedra ou bebia alcool ou fumava uma “prata” de heroina, isto para quem tinha dinheiro, pois os com menos condições financeiras injectavam-se porque um “caldo” (injectado) rende mais do que um fumo de prata e é mais barato, apesar de ser mais nocivo, por todas as razões que se conhecem, e as quais me recuso a focar, pois acho o mundo da heroina uma podridão e uma conjuntura criada para que o haxixe fosse sempre o culpado da sua existência (da heroina), logo recuso-me a referir e a comparar estas duas drogas mais do que já fiz, pois não têm nada a haver uma com a outra, e seria o mesmo que comparar uma garrafa de 30cl de cerveja pilsener com uma garrafa de 30cl de tequilha pura!
A produção da cannabis no mundo agrícola
É das culturas mais faceis de produzir e dá-se em quase todo o mundo, como droga é muito mais barata do que qualquer outra, como produto para transformação industrial, é extremamente rentavel, porque se consegue produzir 2 a 3 campanhas por ano num clima ameno. Controla naturalmente as próprias pragas, e é em geral uma excelente consociação com muitas culturas. Não necessita de pesticidas nem adubações químicas. Em simultâneo melhora a estrutura do solo como uma leguminosa apesar de não o ser. As suas caracteristicas como matéria prima são execlentes para: oleos para maquinaria e como combustivel, oleos para efeitos alimentares, alimentação humana e animal, camas para animais domesticos, dinamite, celofane, plásticos diversos para interiores de automoveis e para todo o tipo de fins (mais de 25 000 itens - alguidares, teclados, ratos de computador, enfim todo o tipo de plásticos que se possa imaginar), todo o tipo de cordas, fios, linhas e cabos de amarração, mais de 5000 tipos de texteis para o vestuário, para fins medicinais como já foi referido, entre muitas outras utilizações.
Henry Ford, quando construiu o seu primeiro carro modelo T, foi a pensar no consumo de etanol proveniente de oleos vegetais como o cânhamo, e reconheceu esta planta como de grande valor para a sua industria com a resina desta para os interiores das viaturas. Mas foi precisamente nesta altura em que o petróleo começou a ter o seu destaque e pelo facto deste novo produto haver em grandes quantidades industriais por todo o mundo e a preços muito baixos e com isso as empresas petroliferas conseguiram com a promoção e controlo total conquistar o mercado, tal como a industria do alcool já o fazia.
A importância da Cannabis na 2ª guerra mundial
Tal como já referi e devido à sua grande importância no meio produtivo e em especial no seio militar o governo norte americano voltou a sensibilizar os agricultres para a sua produção, com algumas justificações menos verdadeiras, visto que agora a comunidade agrícola e médica se questionavam o porquê de tanta restrição e num momento de grandes carências haverá novamente necessidade de se produzir novamente a planta do diabo, e foram dissimuladas diversas explicações, mas o mais importante foi a propaganda com o filme “Hemp for the victory”, em que separavam o termo de marijuana e de hemp. Esta necessidade do governo norte americano deveu-se ao facto de que as forças japonesas tinham cortado os abastecimentos de cânhamo provenientes do sudeste asiático, abastecimentos esses que eram de vital importância para as provisões das forças armadas americanas. Esta situação fez com que muitos americanos considerassem ironia aqui, mas como o mundo estava em guerra foi rapidamente posto de parte e esquecido.
O consumo da planta cannabis para fins psico-trópicos, seus mitos e suas realidades
A primeira vez que se fuma cannabis, esta pode dar algum mau estar, assim como o alcool e o tabaco ou qualquer outra substância que vá afectar ou alterar o nosso sistema neurológico quando ingerida pela primeira vez, e dependendo da quantidade, pode dar algum mau estar e se em doses elevadas eventualmente dará náuseas e vómitos. Também se deve considerar que a cannabis tal como qualquer outro produto comercial como a batata, o milho, o vinho e tudo o mais que esteja presente na nossa alimentação e consumo de lazer ou de medicamentação está muitas vezes exposta a aplicações de doses elevadas de pesticidas e adubos químicos, e ainda com misturas de produtos e substâncias que aumentem o peso (sal a mais no pão aumenta o seu peso), melhorem o aroma (no caso das bebidas refrigerantes com os seus aditivos de aroma) ou mesmo incentivem ao uso quotidiano (aditivos no tabaco) ou seja viciem. Daí a razão de se dever consumir a cannabis em forma de erva em vez em forma de placa (haxixe), pois esta ultima poderá ter misturas de quimicos usados na cosmetica tal como o inê (e só consumidores habituais e experientes conseguem identificar se o produto é bom ou tem poucas misturas), o que e conforme a quantidade misturada provoca grandes dores de cabeça, enxaquecas, diarreias e mau estar, e ainda acelera o ritmo cardiaco. – Ora aqui está mais uma razão do dever da legalização desta substância porque evitaria à manipulação e alteração do produto evitando os problemas de saúde que eventualmente se possam criar por se fumar o “haxixe alterado”, daí a razão de se costumar dizer que o haxe afegão ou marroquino serem 00, ou seja, sem cortes ou misturas, e quando chegam ás mãos do intermediário final, este poderá fazer cortes para que o haxe aumente em tamanho e claro está em peso = mais lucro.
É claro que há individuos que não se dão bem com a “pedra” ou “moca” desta planta, e esses se querem se pedrar vão procurar alternativas noutras substâncias (alcool, medicamentos como os antidepressivos( drunfos), ou os “speeds”, depende do carácter de cada um e que tipo de “mocada” procuram, isto para não falar das drogas que já mencionei (coca e heroina) e ainda outras como o LSD, os ácidos, os cogumelos “mágicos”, entre outras. Mas devo referir que em estudos recentes em cada 104 consumidores de cannabis, só 1 é que se dedica à cocaina e menos de 1 se dedica à heroina, portanto o mito de que a cannabis é uma ponte para as outras drogas, cai por terra.
Mas como em tudo, utilizadores desta substância se encontra uma grande panóplia de individuos que desde os profissionais liberais ligados à justiça, à medicina, às artes, ás actividades desportivas gostam de consumir esta substância, principalmente depois de um longo dia de trabalho árduo, e outros há que gostam de a consumir antes de começar o seu dia de stress profissional, e isto em nada afecta as suas capacidades profissionais e psiquicas, antes pelo contrário, permite uma maior concentração, empenho e portanto devoção áquilo em que o individuo é profissional e capaz de fazer. Incluindo lideres de grupos, podem consumir esta substância pois em nada vai afectar a sua capacidade de liderança. Como já referi anteriormente existem diversos factores desinibidores e estimuladores no cérebro que promovem a uma maior eficiência do individuo em determinadas acções. Mesmo no caso de conduzir com este narcótico, o condutor ao contrário daquilo que as autoridades referenciam e se denuncia em filmes tipo “reefer madness” a condução é mais cuidadosa e como os sentidos ficam mais despertos o condutor tem o cuidado de conduzir mais devagar.
Se um individuo consumidor de cannabis já de si fôr um individuo alterado a cannabis pode estimular que este seja ainda mais, portanto o resultado de efeitos da cannabis varia de individuo para individuo e mesmo de estado de espírito para estado de espírito, com isto quero dizer que se o mesmo consumidor que ontem estava eufórico e a “moca” lhe despertou por exemplo o libido, hoje, esse mesmo individuo estando melancólico devido a um qualquer acontecimento social a “moca” poderá fazer com que ele esteja mais propicio a outro tipo de acções ou vontades, tudo depende do meio que o rodeia, da sociedade em que vive e tudo o mais que influncie directa e indirectamente o cidadão em questão. Resumindo os efeitos da “moca” no individuo variam e nunca são iguais nem no mesmo dia nem em dias consecutivos. A inspiração de hoje não é a mesma de amanhã e essa é uma das grandes razões porque os consumidores desta planta gostam tanto dela, pois nunca é a mesma “moca”, e existem vários tipos e variedades de erva nas lojas de venda de cannabis, exactamente porque cada uma dá uma pedra diferente da outra. Os idosos por exemplo, podem beneficiar com o uso desta planta, porque esta ajuda a reduzir o estado de ansiedade, o sentimento de solidão, e o uso de medicamentos (muitos deles químicos) usados para o sono, para a digestão, os nervos, entre muitos outros.
Outro mito é o de que a cannabis suprime as capacidades psico-fisicas do individuo. Bem a ser verdade, nunca soldados em todo o mundo a consumiriam tanto nas guerras como em tempos de paz, outro exemplo é que surfistas (falo dos surfistas porque foi o meu meio durante mais de 20 anos) de todo o mundo, especialmente muitos que apanham ondas grandes, a consomem em grande quantidade para fins de meditação antes e depois de apanharem os “vagalhos”, e se hoje em dia existem menos consumidores de cannabis nos meios profissionais de atletas, é só pelo facto do controlo de antidoping, e de urina. O que é certo é que com uma “pedrada leve” um individuo fica mais sereno, mais meditativo.
Existem dois tipos de “moca” e vários nomes que a definem:
Mocado, pedrado, ganzado, chapado, entre outros termos definem-nas:
Vou defini-las de uma forma simples para que o leitor leigo as possa compreender melhor; a “moca leve” permite que os nossos sentidos fiquem totalmente despertos, como se de um felino se tratasse, tudo à nossa volta fica realçado, desde os simples som da brisa de um vento suave, até ao cacarejar ou qualquer som de um animal ou mesmo insecto, as côres fazem mais sentido, as palavras e conjuntos de frases sentimo-las com mais intensidade, a natureza em si faz com que os sentidos humanos a ela fiquem mais sensibilizados, o diálogo fica mais racional e menos materialista. A adrenalina pode ser mais facilmente controlada, apesar desta variar bastante conforme o individuo, o seu carácter e o seu estado de espirito. Desperta o apetite sexual, a imaginação e o sentido filosófico da vida em geral. Aumenta a capacidade de concentração, de empenho e portanto de dedicação. Daí a razão de este tipo de mocas ser apreciada por individuos relacionados com o mundo intelectual, artistico e natural.
A “grande moca” que nos pôe pesados, é relacionada a um consumo de dose mais elevada da cannabis no determinado momento, ou seja o individuo em vez de ter colocado um pouco de erva, colocou o dobro ou mais, como por exemplo em vez de beber um calice de wisky, bebe-se 5, mas só que o efeito é no sentido oposto ao do alcool, ou seja, a moca faz-nos pesar os movimentos, fica-se mais lerdo, os pensamentos baralham-se e misturam-se uns atrás dos outros, a capacidade de raciocinio reduz mas nunca sem permitir que o consciente e sub-consciente entrem em estados de alucinações e psicoses como alguns individuos e entidades insistem em afirmar, como por exemplo em que se fica com a impressão que toda a gente está a olhar para nós, ou que simplesmente alguem esta a falar de nós, tambem se fica com uma grande lazeira (cansaço)mas nunca sem que o cérebro não esteja muito activo, mas como já vem sendo hábito no que tenho vindo a dizer sobre os efeitos da cannabis, isto varia bastante de individuo para individuo, de caracter e estado de espirito e mesmo do tipo de cannabis que se está a consumir. A mocada valente ou pesada, faz-nos meditar, relaxar por completo o nosso corpo e é excelente para quem pratica yoga. Portanto a “grande mocada” apesar de afectar os movimentos rápidos instictivos não diminui a sua capacidade tal como os medicamentos em geral ou o próprio alcool o fazem. Este tipo de “mocada” permite ao individuo sentir-se a sair do próprio corpo e entrar em estágios de meditação e alucinação mas sem perder os sentidos ou a noção da realidade em que sóbrio ou com qualquer outra substância isso é quase impossivel. Este tipo de moca faz com que a sensação de necessidade de materialismo seja reduzida ou mesmo anulada.
Vê-se assim uma das razões de quem nunca teve contacto com a cannabis o porquê dos seus receios de anular as suas percepções e mitos que estão directamente ligados ás posses materialistas. Estes mesmos individuos estarão melhor preparados para disfrutar a vida com menos posessões, em paz e consciência livre, preparados para o amor no mundo e neles próprios. A cannabis pode trazer um pouco de condições de utopia mas as possibilidades de vida preenchida prevalecem, pois as coisas para que sempre olhamos como fúteis passam a ser consideradas com maior importância no dia a dia.
Os efeitos principais:
Negativos: Inércia, apatia, (psicose em rarissimas excepções), alucinações, falta de produtividade, falta de concentração, antisocialização (da vida quotidiana), descrença, o consumidor de cannabis começa a preferir socializar-se com outros consumidores da mesma planta.
Positivos: estimula a criatividade, liberta as idéias e abre o espírito individual, desperta os sentidos, dissolve os preconceitos, promove ao absentismo materialista, incentiva o apetite e a sede, combate a solidão, desconforto, encorajador de vivência social, encorajamento, introspectiva, tranquiliza, facilita decisões consigo mesmo, promove ao debate e diálogo, incentiva à promoção de projectos pessoais, sensação de bem estar,
Na medicina usa-se: úlceras, ansiedade, insónias, analgésico, calmante (anti-stress), queimaduras, sistema nervoso, feridas cutâneas, contra as náuseas, diversos tipos de tratamentos de cancro (aneurisma, glaucoma, entre outros) e doenças provenientes de sindromas.
Os pricipais causadores de morte (drogas):
Tabaco, Alcool, Má nutrição, Medicamentação, Heroina, Cocaina, e nunca mas mesmo nunca alguém morreu por causa do consumo ou ingestão de cannabis.
O efeito das drogas legais nos cidadãos e o seu peso na economia
Tabaco, mata mais de 5 000 000 de pessoas anualmente, a droga legal que mais se consome em todo o mundo, e que em nada melhora a vida do individuo, a não ser em que ajuda a esvaziar a carteira e a fortalecer toda uma estrutura industrial, farmaceutica e económica que sustentam os governos de todo o mundo, melhorando sim as carteiras dos seus agentes politicos, económicos que a eles estão relacionados. Em 1977 matava mais de 350 000 norte americanos por ano, e nesse sentido nenhum governo nada fez para controlar esse flagelo e ainda hoje, morrem todos os dias pessoas em todo o mundo derivados deste problema. Algumas das substâncias encontradas no tabaco: pequenas doses de tabaco, phosgue (gás nervoso usado para armas), aromas como óxido de zinco, solventes como acetona e benzina, entre outros.
Os medicamentos químicos matam mais de 100 000 pessoas por ano, são usados para combater determinados sintomas que atrás ja referi em que os cannabinoides têm capacidade de combater naturalmente e não matam ou criam deficiências secundárias no organismo, como cancros, quistos, respiração, ritmo cardiaco, etc.
Tanto o tabaco como os medicamentos têm diversos aditivos químicos que acentuam a debilitação psico-fisica e no entanto são legais aos olhos de todos, inclusivé e acima de todos os próprios regulamentadores das leis, os políticos.
Também na alimentação e conforme já referi em relação ás bebidas refrigerantes, são usados todos os dias em milhares de produtos aditivos químicos, tanto nas prácticas agrícolas como na própria transformação e embalamento dos produtos alimentares. Aditivos esses que são profundamente prejudiciais para a saude humana e da própria cadeia alimentar, e que todos os dias se vê, ouve ou lê-se de casos a isso relacionados um pouco por todo o mundo, que debilitam as capacidades de resistência, imunitária do individuo. A própria cafeína mata mais do que a cannabis!
A cannabis só porque tem no máximo 6 pontos negativos, estes são logos usados para denegrir esta planta, e usados como arma de arremesso para expiar os males dos viciados, dos sem carácter, dos de fraca personalidade e acima de tudo dos que ganham com a sua probição como os empresários de petro-quimicos, dos farmacos, das florestas para celulose, dos produtores de fibras naturais tipo linho e algodão, dos próprios dealers e dos profissionais de saude e de investigação cientifica patrocinados e/ou subsidiados por esses mesmos agentes já referidos.
O alcool esse também tem muito que se lhe diga e para além de não mais do que meia duzia de referencias (wisky, cerveja, vinho tinto), não benefecia em nada o organismo. Entretanto vão-se metendo ilusões e ignorância ao povo em geral sem que este se aperceba da verdadeira realidade.
Há que ter em conta também os residuos de produtos altamente tóxicos encontrados em grandes quantidades tanto no tabaco, nos alimentos e no alcool, derivados em grandes parte pela má conduta das Direcções Gerais de Protecção das Culturas, de quem gere as politicas, de quem as investiga e comercializa e de quem as utiliza (agricultores). E, ao contrário do que o cidadão comum pensa a fiscalização é ainda insuficiente e ineficaz em todo o processo de investigação, produtivo e comercial, pois quem fiscaliza não tem capacidade nem meios para o fazer ao mais infimo pormenor e está na maior parte dos casos dependente das informações facultadas pelos próprios agentes intervenientes no processo, logo é facil esconder, alterar a seu proveito. Não posso assim deixar de referir que os estudos cientificos e técnicos são financiados pelos próprios agentes promotores intervenientes no processo o que vai fazer logo com que a balança da imparcialidade tenda para o lado do prevaricador e dando logo à partida uma grande falta de transparência nos processos. Isto para não referir dos incentivos financeiros ofertados tanto à classe médica como cientifica que se dizem neutros mas com estes “pequenos incentivos” passam a ser tambem agentes de promoção dos referidos produtos.
Sinto-me também na obrigação de referir a mega indústria dos cosméticos, que usa grandes quantidades de aditivos derivados do petróleo e dos quimicos nos seus produtos, os quais são usados diariamente pelas pessoas em geral, tal como o baton que tem alcatrão, que promove doenças horriveis e cancerigenas e no entanto esta industria é perfeitamente legalizada.
Po fim mas não menos importante, a super mega industria dos agentes produtores de sementes, e manipuladores da bio-genética, que manipulam os códigos genéticos e que ainda hoje não existem estudos suficientes que comprovem que estas acções não vão alterar todo o equilibrio natural biológico à face da Terra, ou seja de todos os seres vivos existentes que a ele estão relacionados, fazendo portanto dos produtos transgénicos e dos clones uma eventual bomba biológica de repercussões inimaginaveis.
Detido e Presente a tribunal que soluções?
Aqui falo de casos reais ocorridos, em que dou o meu como (assim como espero ver o teu, o vosso) testemunho de uma ocorrência na primeira pessoa e que se remonta ao Verão de 1992, tendo eu na altura 23 anos de idade: Fui apanhado com 7 gramas de haxixe, sobre uma operação em que os agentes envolvidos, da GNR de Alcantarilha, em que eram cerca de 5, me disseram que era e foi denominada (não sei se na brincadeira a gozarem comigo ou se na realidade) como a “operação relâmpago”, e se passou em Armação de Pêra, no Algarve. Fui detido por uma noite juntamente com uma colega de profissão e que por diversas razões técnicas, ela ficou numa cela ( a única cela da esquadra), e eu fui transferido para uma cela da GNR de Silves, ao lado dos estábulos dos cavalos, do canil e da garagem/oficina das viaturas. A cela da minha companheira em que eu pretendo manter no anonimato por todas as razões discriminadoras existentes na sociedade, tinha sido recentemente recuperada, mas a cela onde estive, era uma cela, sem luz, com um colchão sebento, a cheirar mal, no chão, sem lençois, e com um cobertor tão nojento quanto o prório colchão em que os mesmos tinham um cheiro nauseabundo, o chão era igualmente nojento e sem vêr uma esfregona ou limpeza há muitos meses. Esta cela mais parecia as masmorras que se vêem nos filmes da era mediaval, mas ou era deitar-me nesse colchão com o cobertor ou era deitar-me no chão frio de pedra ainda mais nojento, enfim fui tratado abaixo de cão, mas como ainda tinha o treino recente da força de tropas páraquedistas dos treinos de sobrevivência e de prisioneiros de guerra, estava para esse fim capacitado. Passei a noite em branco a visualizar o ocorrido, isto depois de ter sido interrogado por mais de 4 horas sem interrupção, e em que me foi privado o jantar e o pequeno almoço. Devo salientar que a profissão, a qual eu muito gostava ligada à publicidade, foi-me negada conforme eu explicarei mais à frente. Como isto foi acontecer: Já eu fumava cannabis há mais de 5 anos, portanto desde os 18, frequentemente, e nada melhor do que um charro, ao fim do dia de trabalho intensivo, para relaxar, para descomprimir dos mais de 300 kilometros e dos cerca de 70 contactos comerciais e publicitários efectuados diariamente, durante 6 dias por semana, 9 horas por dia, isto quando não chegava às 10. É claro que a este ritmo de trabalho lhe está automaticamente relacionado, a pressão dos chefes de serviço, dos supervisores, dos directores, da administração do cliente, dos vendedores e agentes oficiais do cliente e dos colegas de serviço que cobiçavam os nossos postos, visto que era uma posição priviligiada, visto que ganhava o que ainda hoje me é dificil ganhar ou seja cerca de 75€/dia, dos clientes e agentes a quem a promoção era dirigida, do proprio trabalho, do diálogo e postura constante que se tinha que ter, da gestão da viatura e todas as referências de artigos de que dispunha para a efectivação da promoção e venda do(s) produto(s), gestão da rota e relatórios diários que se tinha de preencher, tudo isto promovia a “brain storms”, o meu organismo ao fim do dia ainda estava extremamente activo e era-me muito dificil adormecer, além da minha hiperactividade e ansiedade presente no seu estado natural, e como nunca gostei de alcool, além que este em nada era amigo do meu estilo de vida, e muito menos de medicamentos pois os meus parentes e todos os que conhecia dependentes dos fármacos, tinham mais problemas de saúde acrescidos só pelo facto de os consumirem, então e já com informação suficiente sobre a cannabis, aceitei-a como a minha medicamentação.
Então e infelizmente, como era obvio, a cannabis ao ser proibida, não se tem acesso a ela a não ser pelo mercado negro, pelo tráfico, e assim tive que solicitar a um individuo, que por acaso até era um amigo, que me enviasse 10 gramas, pois a campanha ainda nem estava a meio, e muito trabalho eu tinha pela frente, ao sermos 2, julgou-se que esta quantidade seria suficiente para ambos, visto que 1 grama dá para no máximo 4 charros, e se o haxe for bom eventualmente pode dar para 6, mas é raro, pois no mercado negro o haxe leva pelo menos dois cortes para maximizar a sua rentabilidade e isto se o dealer fôr éticamente correcto. Ora o meu tal “amigo” surrou-me como já é de esperar visto que se compra sempre menos do que se espera no mercado negro, enviou-me as tais 7 gramas pelo preço de 10, em correiro azul (este tipo de correio já na altura passava por um tipo de scanners), e embrulhado em papel de aluminio, dentro de um envelope daqueles de plástico com bolhinhas (que muita gente gosta de se entreter a rebentar), sem qualquer disfarce ou camuflagem, ora aí está como fui “apanhado”. Foi assim que fui passar a noite no “xelindró”, e digamos que foi das piores noites da minha vida, não preguei olho a noite toda. Na manhã seguinte já por volta das 11h fui para o tribunal de Silves algemado como se de um preso violento me tratasse, com a roupa do cliente vestida, foi uma autêntica vergonha, para mais porque nessa cidade, tinha sido um dos locais onde eu tinha estado a fazer promoção. Depois das habituais secas de espera, lá fui presente a juiz que ao fim de um sermão em monólogo, me libertou em forma de pena suspensa. Devo referir que nunca me foram lidos os meus direitos e muito menos me apresentados qualquer tipo de advogado! É claro que o ocorrido foi denunciado à minha Empresa a qual prontamente me despediu, e só nesse mesmo momento é que vi e assinei o meu contrato pela primeira vez (quase 2 anos depois de estar ao serviço desta empresa) em que eles alegaram que por motivos de indole comercial eu era forçado a me ir embora, e convidaram-me a sair, o qual eu aceitei sem mais alaridos do que aquelas vergonhas porque já tinha passado, ainda para mais uma noticia daquelas sensacionalistas e nojentas do Correio da Manhã, o qual eu nunca conheci algum repórter, noticiou descaradamente que um casal de traficantes e que usava o correio azul para satisfazer os seus clientes tinha sido apanhado em Armação de Pera (a unica verdade na reportagem), até na quantidade a noticia mentia. Só um ano depois, em 93, fui chamado ao mesmo tribunal, e algum tempo antes disso, uma advogada estagiária, me contactou a dizer que tinha sido nomeada para o caso, e foi em casa da mãe dela, num bairro social em Silves que pela primeira vez tive conhecimento do que estava a ser acusado e quais as penas que me poderiam incorrer. Assim nos preparámos para o julgamento, que muito se notou que mais parecia aqueles julgamentos inquisitórios da idade medieval, em que a sentença já está predefinida, e desde o inicio me foi impedido de falar, tal e qual como acontece naqueles filmes da inquisição, e após as minhas testemunhas abonatórias terem sido presentes ao Juiz, lá fui no fim questionado se me considerava culpado, se já tinha feito aquilo mais vezes e se me sentia arrependido pelo que tinha feito e se o voltaria a fazer. É claro que eu disse que não estava arrependido, que já tinha consumido, mas aí menti a dizer que era só nas festas, aí o juiz referiu que 7 gramas dava para muito meses (coitado que ignorante, pois essa quantidade para muita gente quase que nem dá para uma semana, e para outros dá para um mês), e como eu tinha referido que não estava arrependido criando logo de momento uma aura de mau estar e um certo murnurio entre os presentes, percebi que devia dizer que não que não voltaria a fumar mais (é claro que fui forçado a mentir, para que a sentença final não me fosse ainda mais penalizada), assim por fim o juiz proferiu que pelo motivo de não estar arrependido, eu teria uma pena suspensa de 2 anos e teria de pagar 50 contos (250€) de multa. É claro que este sistema goza e obriga à mentira com quem consome o haxe, pois já não basta ter que andar à sucapa para comprar o produto, comprar produto misturado, surrado (com gramas a menos), exposto a publico como se de um criminoso violento me tratasse, preso num calabouço em que nem mesmo os cavalos mereciam, passar uma noite inteira acordado, sem comer durante mais de 12 horas, sem têr qualquer acesso a apoio juridico e ou de contestação, ser despedido de um trabalho que amava e era dedicado, ser caluniado pela imprensa, ser forçado a recomeçar o meu percurso profissional, perder todas as regalias que um desempregado tivesse, gastar dinheiro que não tinha num processo que à partida já tem a sentença concebida, ter uma pena em que nem muitos ladrões, vigaristas e corruptos não têm e ainda ter que pagar 250€ de multa! Já não foram castigos suficientes? Por uma unica pedra de 7 gramas de haxixe? Em que não fiz mal a absolutamente ninguém a não ser a mim mesmo!? Bem contribui para que o sistema de luta contra a droga, justificasse a sua presença, mas quer dizer pelo valor de 17,5€ (7g) foram precisos 5 policiais, 2 ou 3 viaturas, todo um tribunal, seus funcionários e representantes, em que a despesa de accionar o dispositivo de todos eles juntos concerteza daria para comprar mais de 5 kilos de haxe. Quem paga toda esta parafernália de recursos humanos e materiais no combate à droga? Os contribuintes. E quem ganha com que este sistema se mantenha? Os centro de toxicodependencia, os Dealers, os agentes policiais que dela dependem (brigadas de narcóticos), as empresas fornecedoras de maquinaria e bens, as empresas fornecedores de serviços (farmaceuticos, analises clinicas), os sistemas judiciais, os politicos que justificam o uso de fundos nisto, e por fim as industrias promotoras deste lobie de contra.
Quem perde? O ambiente pois o cânhamo é natural, os residuos de plásticos e demais produtos derivados deste são biodegradaveis, os humanos pelo facto de terem de ficar mais expostos ás alternativas petro-quimicas,os contribuintes que se lhes vê a sua carga fiscal aumentada, e a industria agrícola em geral quando esta cultura poderia ser uma das grandes soluções para a crise global.
Portanto as alternativas que um jovem tem quando é apanhado é de dizer que está arrependido, que não volta a fazer, que a culpa é do vicio, e que não se importa de ir para um centro de toxicodepência, de forma a que todos estes atenuantes nos livrem da severidade do sistema perante uma droga que nunca matou ou lesou alguem em termos de saúde ou sanidade.
Fumo há mais de 23 anos e continuo saudavel, não uso medicamentos, não bebo alcool, não fumo tabaco, não ingiro qualquer outra substância, e exerço apaixonadamente uma das mais duras e ingratas profissões da sociedade portuguesa, sou agricultor de corpo e alma, sou saudavel, sou resistente, e fiz surf mais de 20 anos e só desisti pelo facto de que este desporto ao contrário do que se fomenta, é uma actividade altamente poluente em questões ambientais.
Porta para a próxima droga. Verdade ou mentira!
Como já referi anteriormente tudo isso é um mito, pois depende exclusivamente do carácter do individuo e da mesma forma que há pessoas que só bebem um copo ás refeições, outros há que nem uma garrafa de 75cl chega, tem a ver com a moderação e com o género do individuo, e cada caso é um caso. Portanto é mentira e eu sou prova viva disso, e muitos milhares de Portugueses e cidadãos do mundo pensam e agem como eu, mas como existe uma grande repressão, uma grande discriminação, uma grande ignorância, muitos interesses económicos por trás disto, inclusivamente os centros de recuperação de toxicodependentes beneficiam em que esta situação se mantenha.
A cannabis tem mais THC do que antes?
A planta da cannabis tambem como já referi, varia mesmo dentro das variedades disponiveis, os niveis de THC, e só depende exclusivamente dos factores edafo-climáticos para que a produção do THC, seja mais ou menos, tudo depende do tipo de solo, do tipo de rega, da exposição solar e claro das práticas culturais por parte do elemento humano.
Quantas mortes estão directamente ligadas ao consumo de haxixe?
E doenças degenerativas?
Não há estudos nenhuns que comprovem que existem doenças relacionadas com o consumo da cannabis e não há mortes relacionadas com o consumo desta planta desde pelo menos há 6000 anos, a não ser que fume charros atras de charros todo o dia, todos os dias, mas isso será mais pela intoxicação pulmunar e pela ausencia de oxigénio do que propriamente pelo aniquilamento das células no cérebro. Mas para isso terei de voltar a falar do inimigo numero um do humano (tabaco) que mata mais de 5 milhões de pessoas por ano, poderei mencionar os smog, as nuvens de poluição provocadas pelas industrias que promoveram e incentivaram à proibição da cannabis, que estas sim matam, promovem doenças tanto nos humanos como nos animais e plantas e desequilibram o próprio ambiente, aumentando a poluição atmosférica.
Sabia que: Só nos EUA, metade da população já provou cannabis e pelo menos 50 milhões a consome?
Que os derivados da cannabis (plásticos, oleos e biocombustiveis) são biodegradaveis ao contrário dos concorrentes petro-quimicos?